As colegas Dra. Lorena Z. Santos e Renata Moreira são nossas Consultoras e Responsáveis Técnicas da equipe de ESG Equidade Racial da Educafro e do Pacto pela Promoção da Equidade Racial nas Empresas.

Renata Moreira Frechiani

 Mestre em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo, UFES. Mestre em Educação, Administração e Comunicação pela Universidade São Marcos, S.P. Pós-graduada em Agentes de Inovação e Difusão Tecnológica pela Universidade Federal do Espírito Santo, UFES. Graduada em Ciências Econômicas e Graduada em Tecnologia em Gastronomia. Professora Universitária e Coordenadora de Extensão.

Lorena Zucatelli dos Santos (lorena@gilbertoalvares.adv.br)

Advogada e Consultora Jurídica em Meio Ambiente, ESG e LGPD, Especialista em Gestão do Desenvolvimento Sustentável nas Organizações.

Chamamos a atenção para um assunto que vem sendo pauta dos debates do mundo corporativo e ganha vida além dele, o novo “Pacto de Promoção da Equidade Racial”. Quinze novas empresas parceiras aderiram ao Pacto de Promoção da Equidade Racial, são elas a Movile, Movile Pay, Play Kids, Afterverse, Ifood, Sympla, Zoop-, Ambev, Banco Fibra, Cesar, Gerdau, Senai, Sesi, Suzano e Vivo. Além das empresas como a XP Investimentos, Arezzo&Co, Banco P Pan, KraftHeinz, O galena, VOX, Aliança Educação, BNP Paribas, Animale, Bayer e ADP Always Desingning for people, essas as primeiras organizações a aderirem ao pacto.

 

As ações em prol da Equidade Racial no mundo corporativo já são uma realidade e essas organizações que adeririam ao Pacto, deram um passo importante para que se rompa o ciclo do racismo estrutural no Brasil, pois a base da sociedade brasileira está relacionada diretamente com as raízes escravocratas e uma profunda desigualdade social. De acordo com Thiago Amparo (2022), quando se discute a gestão de riscos como o ESG (inglês para Ambiental Social e Governança), há uma realidade concreta a ser contabilizada: os dados sobre violência, educação e saúde são discrepantes quando comparados a população branca e não branca no país.

 

Casos recentes de racismo nas empresas mostram que ainda há um longo caminho pela frente quando o assunto é ESG no Brasil, onde a discussão sobre o meio ambiente e a governança corporativa ainda ofusca a da responsabilidade social, que no Brasil está profundamente relacionada à questão racial. Anteriormente, a discursão das métricas ESG estava centrada nas questões ambientais de sustentabilidade, assim, o compromisso das empresas no tocante a sigla ESG remete diretamente a essas políticas.

 

É urgente a necessidade de as Organizações compreenderem seu papel na sociedade, não só pela postura civilizatória e ética, mas para terem vantagens competitivas na busca por lucros e pela geração de valor aos seus produtos e serviços. A ideia de Inclusão e Diversidade tem sido priorizada no universo organizacional, podendo criar valor para as empresas. Os Stakeholders exigem uma gama de informações cada vez maior sobre a forma com que as empresas administram as questões relacionadas à sustentabilidade. Especialistas em compliance afirmam que as organizações que não alcançarem a maturidade sobre responsabilidade social terão prejuízos financeiros trazidos pela desigualdade.

Neste sentido, o Pacto lançou o chamado “Protocolo ESG Racial”, o qual prevê um conjunto de medidas, a serem implementadas pelas entidades aderentes, como ações afirmativas e investimentos sociais que estimulem uma maior equidade racial. Tais medidas visam promover a diversidade, a inclusão e a equidade de oportunidades e tratamento aos seus funcionários e stakeholders, com foco nos membros de grupos discriminados em função da cor, raça, etnia, origem, gênero, deficiências, idade, orientação afetivo-sexual, dentre outros marcadores identitários.

 

O “Pacto de Promoção da Equidade Racial” é uma proposta de mudança e as Organizações que aderiram ao seu Protocolo ESG Racial estão se comprometendo a dar um passo à frente para um novo Brasil, com mais inclusão, diversidade e mais equidade de raça, em busca de uma melhor compreensão das mazelas históricas do país. a criação de um ambiente realmente diverso, inclusivo e equitativo que incorpore as dimensões de raça e gênero em sua gestão estratégica e cultura organizacional, possibilitando novas relações com a sociedade

 

Esperamos que todas as empresas parceiras do “Pacto” citadas acima, possam ser exemplo e inspiração para muitas outras.

 

REFERÊNCIAS

AMPARO, Thiago; RATTON, Michelle; ANDRADE, Odara. ESG e Equidade Racial. IDIS, 2022.

 

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