E aí, família da Educafro! Tudo em paz por aí?

A gente sabe que a luta é em várias frentes. É na sala de aula, é na faculdade, é no corre pra conseguir aquele trampo, é na delegacia contra a injustiça. Mas tem uma luta que é a base de tudo, que alimenta a nossa energia pra continuar de pé: a luta por comida na mesa! E não é qualquer comida, é comida boa, saudável, feita na nossa terra, por nossas mãos. Isso tem nome, e é bonito de ouvir: Soberania Alimentar!

O que raios é Soberania Alimentar?

Pensa assim: é ter o poder de decidir o que a gente planta, o que a gente come e como a gente come. É não depender daquele supermercado que vende tudo caro e muitas vezes cheio de veneno. É ter a roça, a horta, o quintal produzindo o alimento que fortalece nosso corpo e nossa mente. É o povo negro voltando a ser dono da sua comida, assim como nossos ancestrais eram. É saber de onde vem, quem plantou e que faz bem pra saúde.

Por que isso é um papo reto pra nossa gente?

Sabe, a fome tem cor no Brasil. A gente vê isso nas periferias, nas comunidades quilombolas, nas favelas. A cesta básica que não chega, o preço do gás lá no alto, o verdureiro que sumiu. E quando a gente não tem comida boa, a gente fica doente, a gente não consegue estudar direito, a gente não tem força pra trabalhar e lutar.

A história da nossa gente tá ligada à terra. Nossos avós e bisavós, mesmo na escravidão, tinham a sabedoria de plantar, de cuidar da terra, de tirar o sustento. A gente perdeu muito disso, mas a memória tá viva!

O QUE A FUNDAÇÃO EDUC AFRO ESTÁ FAZENDO E COMO VOCÊ ENTRA NESSA LUTA?

Aqui na Fundação Educafro, a gente não tá de bobeira. A gente sabe que barriga vazia não ouve conselho nem luta por direitos. Por isso, a Soberania Alimentar é um dos nossos Eixos Estratégicos mais importantes! Se liga no que estamos botando de pé e como você pode colar junto:

  1. Hortas Comunitárias e Escolares:
    • O que é? A gente quer ver brotar horta em todo canto! Nos terrenos baldios das comunidades, nas escolas, nos centros comunitários. Plantar o que a gente come: alface, couve, tempero, jiló, quiabo… tudo fresquinho e sem agrotóxico!
    • Exemplo de Sucesso: A Horta da Formiga, no Morro da Formiga, Rio de Janeiro, é um exemplo potente de como a organização comunitária transforma um terreno abandonado em fonte de alimento e renda, fortalecendo os laços e a segurança alimentar local. Isso mostra que é possível!
    • Como você entra? Participe das oficinas de plantio! Aprenda a fazer sua própria horta em casa, nem que seja num vasinho. Ajude a cuidar da horta da sua comunidade. Convide a garotada pra colocar a mão na terra.
  2. Apoio à Agricultura Familiar e Quilombola:
    • O que é? Nossos parentes que estão na roça, nas comunidades quilombolas, são os verdadeiros guardiões da nossa comida boa. A gente tá buscando parceiros e recursos pra ajudar esses agricultores com sementes, ferramentas, maquinário e, o mais importante, a vender seus produtos direto pra nossa comunidade, sem atravessador.
    • Exemplo de Sucesso: A Rede Xique-Xique de Comercialização Solidária, no Ceará, conecta produtores da agricultura familiar com consumidores, garantindo preços justos pra quem produz e alimento de qualidade pra quem compra. Esse modelo é a nossa inspiração!
    • Como você entra? Procure saber se tem alguma feira de produtos orgânicos ou de agricultura familiar perto de você. Compre direto do pequeno produtor. Valorize quem bota a mão na massa pra nos alimentar.
  3. Cozinhas Comunitárias e Combate à Fome:
    • O que é? Em muitos lugares, a fome aperta. Nossas cozinhas comunitárias são um ponto de apoio, um lugar onde a gente prepara e distribui refeições nutritivas. E a ideia é que essa comida venha das nossas hortas e dos nossos produtores parceiros.
    • Exemplo de Sucesso: O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), com suas centenas de cozinhas solidárias espalhadas pelo Brasil, mostra a força da solidariedade organizada, distribuindo milhões de refeições e provando que a fome não é fatalidade, é falta de vontade política e organização.
    • Como você entra? Se puder, seja um voluntário na cozinha da sua comunidade. Divulgue as ações. Se tiver como, faça uma doação. Toda ajuda é bem-vinda pra que ninguém passe fome!
  4. Conhecimento é Alimento para a Mente!
    • O que é? A gente também precisa aprender sobre alimentação, sobre como cuidar do nosso corpo e da nossa saúde. Por isso, vamos ter palestras e workshops sobre nutrição, receitas da nossa culinária ancestral e a importância dos alimentos orgânicos.
    • Como você entra? Participe das nossas rodas de conversa e oficinas! Compartilhe o que você aprender com sua família e seus amigos. O conhecimento se multiplica quando a gente divide.

Por um Futuro de Fartura e Liberdade!

Nossa luta pela ascensão não pode parar. E ter controle sobre nossa comida é parte fundamental dessa ascensão. É ter saúde pra estudar, energia pra trabalhar, força pra lutar e cabeça boa pra sonhar. É construir um futuro onde a fome seja só uma lembrança triste do passado, e a fartura e a dignidade sejam a nossa realidade.

Vamos juntos, de mãos dadas, da terra à mesa! Porque a nossa liberdade também se planta, se cultiva e se colhe!

Axé e muita fartura pra nós!

 


 

PARA APROFUNDAR NA LUTA (Pra quem quer saber mais e se engajar de vez!)

 

1. Leituras que abrem a mente:

  • Livro: “Geografia da Fome” – Josué de Castro. Um clássico que explica como a fome não é por falta de alimento no mundo, mas por desigualdade. (Disponível em bibliotecas e sebos).
  • Livro: “Agroecologia: Princípios e Reflexões” – Ana Primavesi. Uma aula sobre como plantar sem veneno, cuidando da terra e da gente.
  • Artigo: “Soberania Alimentar, Racismo Ambiental e Saúde da População Negra” – Denise Nacif Pimenta. Discute como o racismo afeta a alimentação e a saúde de nossa gente. (Pesquise em periódicos acadêmicos ou plataformas como Scielo).
  • Artigo: “A Luta pela Terra e a Segurança Alimentar de Comunidades Quilombolas” – Carlos Walter Porto-Gonçalves. Mostra a importância do território para a vida e a comida dos quilombolas. (Disponível em plataformas de pesquisa universitária).

2. Audiovisuais pra ver e aprender:

  • Documentário: “O Veneno Está na Mesa” (1 e 2) – Silvio Tendler. Mostra os perigos dos agrotóxicos e a importância da agricultura familiar. (Disponível no YouTube).
  • Série: “Comida de Verdade” – Canal Curta!. Explora a produção de alimentos saudáveis e as iniciativas de soberania alimentar no Brasil. (Verifique na grade do canal ou plataformas de streaming).
  • Documentário: “Territórios da Alimentação” – FIAN Brasil. Aborda a luta por direitos alimentares em diversas comunidades. (Disponível online).

3. Estudos e Planejamentos (Pra entender a parte teórica e prática):

  • Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PLANSAN): Documento oficial do governo brasileiro que orienta as políticas de combate à fome. Vale a pena conhecer as diretrizes e cobrar sua implementação.
  • Relatórios da FIAN Brasil (Organização pelo Direito Humano à Alimentação e à Nutrição): Trazem análises aprofundadas sobre a situação alimentar no país e as violações de direitos.
  • Produções da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA): São fontes ricas de informações e experiências sobre o cultivo orgânico e a organização de produtores.

4. Entidades e Instituições que estão na mesma luta (Pra gente se aquilombar!):

  • Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST): Um gigante na luta pela terra e pela produção de alimentos saudáveis.
  • Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq): Defende os direitos territoriais e a soberania dos quilombos.
  • Articulação Nacional de Agroecologia (ANA): Reúne diversas organizações que promovem a agricultura sustentável e familiar.
  • FIAN Brasil: Atua na defesa do direito humano à alimentação adequada.
  • Universidades e seus Grupos de Pesquisa: Muitos cursos de Agronomia, Nutrição, Saúde Coletiva e Ciências Sociais têm grupos focados nessas pautas. Procure as universidades mais próximas para saber como colaborar!

 

Redação: Este artigo une diversas referências a partir de consolidações de artigos e dados sobre o assunto na mídia e não representa diretamente apoios, indicações, falas, posicionamento ou práticas da instituição Educafro Brasil.