E aí, família da Educafro! Firmeza na caminhada?
A gente fala de educação, de empreendedorismo, de saúde, de cultura, de terra e de comida na mesa. E tudo isso é vital! Mas não dá pra falar de futuro e ascensão sem encarar a chaga aberta que nos sangra todos os dias: a violência policial, o racismo no sistema de justiça e o encarceramento em massa que atinge principalmente os nossos.
É um genocídio que não para. Jovens negros são mortos nas favelas e periferias. Mães e pais negros choram seus filhos e filhas. Famílias são destruídas pela prisão de pais de família, muitas vezes por crimes que não cometeram ou por serem vítimas de uma lei injusta. Nossos corpos importam e precisam ser protegidos!
A Realidade Que os Números Grita (Não é só papo, é fato!)
Os dados são claros e escancaram a ferida:
- Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2024): O Brasil continua sendo um dos países mais violentos do mundo. E a violência tem cor. Cerca de 80% das pessoas mortas pela polícia são negras. Isso não é acidente, é política de extermínio. Para cada pessoa branca morta pela polícia, quatro pessoas negras são mortas.
- Atlas da Violência (IPEA, 2024): Um jovem negro tem quase 3 vezes mais chances de ser assassinado do que um jovem branco. A cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado no Brasil. Repetimos: A cada 23 minutos!
- População Carcerária: Somos maioria na cadeia. Mais de 67% dos presos no Brasil são negros, e muitos estão em prisão provisória, sem julgamento, esperando por uma justiça que demora e que muitas vezes não chega. Isso se dá em grande parte pela famigerada Lei de Drogas (Lei nº 11.343/2006), que permite a interpretação subjetiva entre usuário e traficante. Se você é preto e pobre, com pequena quantidade, já é condenado como traficante. Se é branco e rico, é usuário.
O Que a Fundação Educafro Faz Pra Virar Esse Jogo?
Aqui na Fundação Educafro, a gente não vai cruzar os braços. Entendemos que a defesa da vida é a primeira condição para a ascensão. Nosso Eixo Estratégico de Justiça, Segurança Pública e Combate ao Encarceramento em Massa está em ação para:
- Monitorar e Denunciar a Violência:
- O que é? A gente não confia só na versão oficial. Estamos apoiando a criação de “Observatórios Comunitários” de segurança, para que a própria comunidade registre os casos de violência policial, os desaparecimentos e as violações de direitos.
- Como você entra? Conheça o trabalho da Rede de Observatórios da Segurança (veja referências abaixo). Participe da coleta de informações em sua comunidade. Filmar, registrar e denunciar pode salvar vidas!
- Apoio Jurídico e Psicossocial:
- O que é? Quando um dos nossos é violentado, preso injustamente ou morto, a família precisa de apoio. A gente vai oferecer assistência jurídica gratuita para as vítimas e seus familiares, além de apoio psicológico pra lidar com o trauma.
- Como você entra? Se souber de alguém que precisa, indique nossos canais de apoio. Divulgue a importância de procurar ajuda jurídica e emocional nesses momentos difíceis.
- Incidência Política e Legislativa (Botar a cara a tapa no Congresso!):
- O que é? Não basta reclamar, a gente tem que ir lá onde as leis são feitas e lutar. Estamos atuando junto aos parlamentares para:
- Pressionar pela revogação da atual Lei de Drogas, que criminaliza a pobreza e a cor da pele.
- Defender a desmilitarização das polícias e a criação de modelos de segurança pública que respeitem a vida.
- Cobrar que operações policiais em favelas sejam exceção, não regra, e que se investigue cada “bala perdida”.
- Lutar contra a violência política de raça e gênero, para que mais lideranças negras possam ocupar espaços de poder sem medo.
- Como você entra? Fique atento às nossas campanhas de pressão. Assine petições, participe de atos públicos. Sua voz tem poder para influenciar as decisões.
- O que é? Não basta reclamar, a gente tem que ir lá onde as leis são feitas e lutar. Estamos atuando junto aos parlamentares para:
- Educação em Direitos e Cidadania:
- O que é? Muitos dos nossos não sabem quais são seus direitos e como se portar numa abordagem policial, por exemplo. Vamos levar informação pra base, para que nossa gente saiba se proteger e cobrar respeito.
- Como você entra? Participe das nossas oficinas de “Direitos na Quebrada”. Leve a informação para sua família e amigos. Conhecimento é poder e proteção!
Um Futuro de Vida e Liberdade!
A luta pela vida é a base de todas as outras lutas. Não podemos aceitar o genocídio e o encarceramento em massa como parte da nossa realidade. Nossa ascensão meteórica exige que estejamos vivos, livres e seguros.
Vamos juntos, exigir justiça, defender a vida e construir um sistema de segurança pública que sirva ao nosso povo, e não que o extermine.
Nossos Corpos Importam! Nossas Vidas Importam! Nossa Liberdade Importa!
Axé!
PARA APROFUNDAR NA LUTA E CONSTRUIR A JUSTIÇA (Pra quem quer saber mais e se engajar de vez!)
1. Leituras Essenciais que abrem a mente:
- Livro: “Encarceramento em Massa” – Angela Davis. Um clássico que explica as raízes do sistema prisional e como ele impacta comunidades negras. (Disponível em diversas livrarias).
- Livro: “Racismo Estrutural” – Silvio Almeida. Ajuda a entender como o racismo não é um acidente, mas parte da estrutura da nossa sociedade, inclusive na segurança pública. (Disponível em diversas livrarias).
- Livro: “Vidas Negras Importam: Uma história de luta contra o racismo” – Keeanga-Yamahtta Taylor. Traz a perspectiva da luta por justiça e o movimento Black Lives Matter.
- Livro: “O Genocídio do Negro Brasileiro” – Abdias do Nascimento. Nosso mestre Abdias já denunciava esse projeto de extermínio há décadas.
- Artigo: “A Seletividade Penal e o Genocídio Negro” – Luiz Eduardo Soares. Artigos e entrevistas de Luiz Eduardo Soares, sociólogo e especialista em segurança pública, são fundamentais para entender a questão. (Pesquise em periódicos ou plataformas de notícias).
2. Audiovisuais pra ver e aprender:
- Documentário: “Auto de Resistência” – Silvio Tendler. Aborda a violência policial e o uso do termo “auto de resistência” para encobrir assassinatos. (Disponível em plataformas de vídeo e YouTube).
- Documentário: “Prisões de Dólares” – Ava DuVernay. Explora o encarceramento em massa nos EUA, mas reflete muito sobre a realidade brasileira. (Disponível na Netflix – título original: “13th”).
- Série: “Olhos que Condenam” (When They See Us) – Ava DuVernay. Baseada em uma história real, mostra o racismo no sistema de justiça criminal. (Disponível na Netflix).
- Vídeos e análises da Rede de Observatórios da Segurança: Trazem dados e aprofundamento sobre a violência em tempo real. (Disponível no YouTube e site da Rede).
3. Estudos, Dados e Planejamentos (Pra entender a parte teórica e prática):
- Anuário Brasileiro de Segurança Pública: Publicado anualmente pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, é a fonte mais completa de dados sobre violência e criminalidade no Brasil. (Acesso gratuito no site do FBSP).
- Atlas da Violência: Publicação anual do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e FBSP, com dados detalhados sobre homicídios e letalidade. (Acesso gratuito no site do IPEA).
- Relatórios da Pastoral Carcerária: Documentam a realidade dos presídios e a situação das pessoas encarceradas no Brasil. (Disponível no site da Pastoral).
- Plano Nacional de Redução de Homicídios: Apesar de suas limitações, é importante conhecer as propostas e cobrar sua efetividade.
4. Entidades e Instituições que estão na mesma luta (Pra gente se aquilombar!):
- Rede de Observatórios da Segurança: Monitora a violência policial e produz dados independentes.
- Instituto Sou da Paz: Atua na defesa de políticas públicas de segurança cidadã e redução da violência.
- Conectas Direitos Humanos: Organização que defende direitos humanos, com forte atuação na questão da segurança pública e sistema prisional.
- Pastoral Carcerária: Atua diretamente nos presídios, defendendo os direitos das pessoas encarceradas.
- Movimento Mães de Maio: Luta por justiça e memória das vítimas da violência policial.
- Defensorias Públicas Estaduais e da União: Oferecem assistência jurídica gratuita a quem não pode pagar.
- OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) – Comissões de Igualdade Racial e Direitos Humanos: Atuam na defesa dos direitos e na formação jurídica antirracista.
- ONGs Antiproibicionistas: Lutam pela mudança da política de drogas, que é a principal porta para o encarceramento em massa.
Redação: O artigo se limita ao consolidado de referencias e informações que repercutiram na midia sobre o assunto e não apresenta diretamente posicionamento, fala, prática ou fomento por parte da entidade Educafro Brasil