A EDUCAFRO Brasil tem plena consciência de que o RACISMO só vai diminuir se todas as entidades afro-brasileiras, passarem a usar ações jurídicas como intrumento de punição aos racistas.

Vamos nessa? Contamos com toda organização civil(entidade) aliada as causas da justiça social para o povo preto!

 

A EDUCAFRO Brasil reafirma com veemência que a erradicação do RACISMO em nossa sociedade passa, inequivocamente, pela aplicação rigorosa da justiça. O recente caso envolvendo Marcelo de Carvalho, proprietário de uma rede de comunicação, que publicou em sua rede social (com grande alcance) posições racistas e xenófobas sobre o povo negro, especialmente imigrantes africanos, após um incidente particular de sua família na Espanha, evidencia a urgência de uma postura reparatória. Espera-se que alguém com tamanha influência na sociedade demonstre autoconsciência e assertividade, promovendo reparos contínuos e incisivos pelos danos causados.

A EDUCAFRO Brasil reafirma com veemência que a erradicação do RACISMO em nossa sociedade passa, inequivocamente, pela aplicação rigorosa da justiça.

Essa ação fortalece uma estrutura já profundamente enraizada na sociedade – que historicamente escravizou, lucrou e continua a lucrar com a desigualdade, mantendo o pacto de branquitude –, a instrumentalização da justiça é um pilar fundamental. Ela visa assegurar a punição dos atos racistas e, consequentemente, desestimular sua prática, construindo um ambiente onde a igualdade e o respeito prevaleçam.

Assim como a Educafro, diversas personalidades afirmam ter entrado com representação ao Ministério Público(MP), outras instituições e entidades estão sendo acionadas, convocadas a entrar com representação a essa posição grotesca.

 

discurso de ódio - Marcelo

Imagem de parte das falas compartilhadas por Marcelo de Carvalho no “X”, anteriormente conhecido como Twitter posteriormente excluidas após repercussão negativa.

 

Imagem: Marcelo de Carvalho em um programa da RedeTV

A Perigosa Ascensão do Ódio e a Justificativa da Violência

É alarmante observar como discursos que alimentam o ódio a imigrantes e refugiados se tornam cada vez mais comuns e normalizados em diversas partes do mundo. Essas narrativas, frequentemente baseadas em argumentos nacionalistas, xenófobos e, em sua essência, reminiscentes de ideologias fascistas e nazistas, justificam todo tipo de violência e exclusão. A associação generalizada de grupos minoritários, como os migrantes africanos, à criminalidade ou a problemas sociais é uma tática perigosa. Ela desumaniza indivíduos e coletividades, criando um “inimigo” imaginário que serve para desviar a atenção de problemas estruturais e para consolidar agendas políticas autoritárias.

Desumaniza indivíduos e coletividades, criando um “inimigo” imaginário que serve para desviar a atenção de problemas estruturais e para consolidar agendas políticas autoritárias.

Historicamente, regimes totalitários utilizaram a xenofobia e o racismo para polarizar a sociedade e legitimar perseguições. Hoje, vemos essa mesma lógica em operação: culpar o “outro”, o “estrangeiro”, o “diferente”, para justificar políticas migratórias desumanas, atos de violência e a negação de direitos fundamentais. A disseminação de tais ideias em plataformas de grande alcance, como as redes sociais, amplifica seu impacto, atingindo milhões e solidificando preconceitos que deveriam ser combatidos. A EDUCAFRO Brasil atua firmemente contra essa escalada do ódio, defendendo que a dignidade humana não tem fronteiras e que a justiça deve prevalecer contra qualquer forma de discriminação.

 


A Posição da RedeTV!

Marcelo, uma figura pública de alta projeção social, é o comunicador à frente de uma rede de comunicação. Esta, uma concessão pública, confere-lhe o poder de decisão sobre o conteúdo que alcança milhares de lares, impactando diretamente o imaginário popular e cultural. Seu controle sobre a contratação de profissionais solidifica ainda mais sua influência.

A questão que se impõe é: quem teria autoridade para punir o próprio dono da rede?

Recentemente, a RedeTV!, sob seu comando, emitiu um comunicado via assessoria de imprensa buscando dissociar-se de uma fala racista proferida por Marcelo. A nota classificou o ocorrido como uma manifestação particular, sem qualquer repreensão ou exigência de retratação ao proprietário da emissora. A questão que se impõe é: quem teria autoridade para punir o próprio dono da rede?


 

 

Ações Jurídicas como Ferramenta Indispensável no Combate ao Racismo

A experiência histórica e a análise contemporânea demonstram que, embora haja avanços legislativos no Brasil, a eficácia das normas antirracistas ainda enfrenta desafios. Pesquisas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontam para um racismo implícito e tolerado no sistema de justiça, que demanda aprimoramento nos procedimentos investigatórios e judiciais para garantir que as violações sejam devidamente reconhecidas e punidas. Há uma notável diferença em como casos com vítimas negras são frequentemente interpretados como injúria em vez de racismo, perpetuando a impunidade e a naturalização do racismo no sistema jurídico.

Há uma notável diferença em como casos com vítimas negras são frequentemente interpretados como injúria em vez de racismo, perpetuando a impunidade e a naturalização do racismo no sistema jurídico.

Contudo, é por meio da insistência em ações judiciais que se pode quebrar o ciclo de impunidade e forçar uma reavaliação do papel do sistema legal na garantia dos direitos de todas as pessoas. A judicialização de casos de racismo não apenas busca reparação individual, mas também serve como um poderoso instrumento de conscientização e mudança social, ao expor e confrontar publicamente as manifestações discriminatórias. O episódio envolvendo Marcelo de Carvalho, ao generalizar e associar a criminalidade a um “sujeito de aparência africana”, reforça a urgência de uma resposta jurídica contundente para combater a disseminação dessas narrativas racistas e xenófobas.

Fundamentação e Referências para a Ação Antirracista

A postura da EDUCAFRO Brasil em priorizar as ações jurídicas é endossada por um sólido arcabouço teórico e pela militância histórica de intelectuais e ativistas negros que há décadas pautam a necessidade de combate estrutural ao racismo.

  • Sueli Carneiro, renomada filósofa e ativista, em sua obra “Racismo, Sexismo e Desigualdade no Brasil” e em suas múltiplas contribuições, aponta para a interconexão das opressões de raça e gênero, reforçando a importância de estratégias que desestruturem o racismo em todas as suas dimensões, incluindo a jurídica. Sua análise sobre o feminismo negro sublinha a urgência de respostas concretas do Estado para as violências sofridas pela população negra.
  • Djamila Ribeiro, filósofa e autora do best-seller “Pequeno Manual Antirracista”, destaca a natureza estrutural do racismo na sociedade brasileira e propõe caminhos para seu enfrentamento. Seu trabalho enfatiza que o racismo não é apenas um problema individual, mas uma questão sistêmica que exige intervenções em diversas esferas, sendo a judicial uma delas para garantir a responsabilização e a reparação, especialmente em casos de discursos de ódio com grande alcance.
  • Abdias do Nascimento, um dos maiores expoentes do movimento negro brasileiro, dramaturgo, professor e político, dedicou sua vida à denúncia do racismo e à luta pelos direitos civis. Em “O Genocídio do Negro Brasileiro”, ele expõe a violência sistemática contra a população negra, implícita a necessidade de mecanismos legais robustos para combater essa realidade. Sua trajetória no Teatro Experimental do Negro (TEN) e no ativismo político reforça a crença na capacidade de transformação através da ação direta e institucional.
  • A obra de Silvio Almeida, “Racismo Estrutural”, oferece uma base teórica essencial para compreender como o racismo se manifesta nas instituições e nas relações sociais. Ao desvendar a profundidade do racismo estrutural, Almeida corrobora a tese de que apenas ações amplas e incisivas, incluindo as jurídicas, podem desafiar e desmantelar essa estrutura, combatendo as falas que perpetuam estereótipos perigosos.
  • A luta de Luiz Gama, advogado abolicionista do século XIX, é um exemplo histórico da utilização estratégica do direito para a libertação de escravizados, demonstrando que as ferramentas jurídicas, mesmo em contextos de grande opressão, podem ser potentes instrumentos de justiça e transformação social.

 

Vozes Globais na Luta Antirracista: Contra a Xenofobia e o Legado Colonial

A perspectiva da EDUCAFRO Brasil ecoa vozes poderosas de escritores e pensadores negros de todo o mundo, que denunciam o racismo e a xenofobia, especialmente aqueles de nações que sofrem com as consequências do colonialismo e da migração forçada. Suas obras reforçam a urgência de ações jurídicas e sociais no combate às injustiças.

  • Frantz Fanon (Martinica/Argélia): Psiquiatra, filósofo e revolucionário, Fanon é uma figura central nos estudos pós-coloniais. Em “Pele Negra, Máscaras Brancas”, ele analisa o impacto psicológico do colonialismo e do racismo sobre os colonizados. Sua obra ressalta a desumanização imposta por sistemas opressivos e a necessidade de luta por libertação e reconhecimento. A associação de um grupo étnico a atos criminosos, como visto no caso em questão, é uma manifestação direta dessa desumanização que Fanon tão profundamente explorou.
  • Léopold Sédar Senghor (Senegal): Poeta, filósofo e primeiro presidente do Senegal, Senghor foi um dos fundadores do movimento da Negritude. Suas obras, como “Cantos da Sombra”, celebram a cultura africana e denunciam a opressão colonial. A Negritude, embora uma resposta cultural, buscava a valorização e a dignidade do povo negro, pavimentando o caminho para a exigência de justiça e reparação em todas as esferas, e combatendo a redução de identidades complexas a estereótipos.
  • Chimamanda Ngozi Adichie (Nigéria): Romancista e ensaísta, Adichie é uma das vozes mais proeminentes da literatura africana contemporânea. Em seus discursos e obras como “Americanah”, ela aborda temas como identidade, raça, migração e o desafio da xenofobia que africanos enfrentam ao buscar novas vidas na Europa e em outras partes do mundo. Sua literatura expõe a dor e a injustiça da discriminação racial e da xenofobia, reforçando a necessidade de proteção legal e direitos humanos para os migrantes, confrontando narrativas generalizantes e preconceituosas.
  • Achille Mbembe (Camarões): Filósofo, historiador e teórico político, Mbembe é conhecido por suas análises sobre o pós-colonialismo e a biopolítica. Em “Crítica da Razão Negra”, ele explora a construção histórica e contemporânea da “raça negra” e suas implicações nas relações de poder globais. Sua obra expõe as raízes profundas da xenofobia e do racismo enfrentados por migrantes africanos, validando a necessidade de respostas jurídicas e políticas fortes contra essas formas de discriminação, especialmente quando disseminadas por figuras públicas.

Diante do exposto, convocamos todas as entidades e parceiros a se unirem à EDUCAFRO Brasil nesta fundamental jornada. O engajamento coletivo em ações jurídicas robustas é a via para diminuir o racismo, punir os racistas e construir uma sociedade mais justa e equitativa, tanto no Brasil quanto no cenário global.

Vamos juntos nessa transformação? Contamos com sua entidade!


 

Repercussão na mídia:

Metrópoles – Entidade afro processa dono da RedeTV! por racismo e pede R$ 6 milhões

Educafro processou Marcelo de Carvalho por racismo após post no qual disse que um conhecido foi roubado por alguém de “aparência africana”

Alma Preta Jornalismo – Educafro processa dono da RedeTV! por racismo e pede R$ 6 milhões em reparações

ONG acusa Marcelo de Carvalho de discurso racista em post sobre assalto na Europa; ação inclui pedido de cursos antirracistas e bolsas de estudo

ESTADÃO Vice-presidente da RedeTV! apaga post após acusação de racismo; entenda caso

Marcelo de Carvalho relatou ter visto furto na Europa por ‘sujeito de aparência africana’. RedeTV! disse que opinião em perfil pessoal não representa posicionamento da emissora e empresário negou ter cometido ‘discriminação racial ou étnica’

Redação

 

ESTADÃO Paulo Vieira e Giovanna Ewbank criticam dono da Rede TV! por comentário racista; confira

Apresentadora e humorista criticaram Marcelo de Carvalho por associar imigrantes africanos a crime durante relato de furto na Europa

Redação

 

Portal Terra Dono da RedeTV! é alvo ação que pede indenização de R$ 6 milhões por racismo
Educafro move processo após Marcelo de Carvalho falar que um roubo contra um conhecido foi feito por ‘sujeito de aparência africana’

Instituição Educafro processa Marcelo de Carvalho por falas de cunho racista e xenofóbico após episódio de assalto.

Beatriz Araujo

Sophia La Banca(@lentevermelha) e Daiane Oliveira (@daianejoliveira)

 

Instituto Luiz Gama A Educafro, entidade que luta pela inclusão de pessoas negras e pobres em universidades particulares, está processando o vice-presidente da RedeTV!, Marcelo de Carvalho, pelo comentário racista feito por ele semana passada.

Redação

 

FOLHA Entidade diz que notificará RedeTV! após fala de Marcelo de Carvalho sobre imigrante de origem africana

Para Idafro, afirmação de vice-presidente é ‘forte indício de que a gestão da emissora é orientada por estereótipos e clivagem racialista’

Mônica Bergamo

 

Diario do Litoral Acusado de racismo, dono de emissora enfrenta ação e cobrança milionária na Justiça
A afirmação, feita no dia 14 de julho na rede X, foi posteriormente apagada, mas gerou forte repercussão e motivou uma ação civil pública movida por organização

ANA CLARA DURAZZO

Veja O processo milionário contra dono da RedeTV! por fala considerada racista
Entidade focada em educação da população negra entrou com ação contra Marcelo de Carvalho por publicação controversa feita nas redes sociais

Bárbara Bigas

Diario do centro do mundo Educafro processa dono bolsonarista da RedeTV! por racismo e pede R$ 6 milhões

Notícias do Planalto Entidade negra processa dono da RedeTV por racismo e pede 6 milhões

Redação

Marcelo de Carvalho foi criticado por associar suspeito de crime; postagem foi deletada após repercussão negativa nas redes

Redação O Globo Rio de Janeiro

FOLHA Associação afro acusa dono da RedeTV! de racismo e pede R$ 6 milhões em ação na Justiça

Marcelo de Carvalho disse que roubo ocorrido contra conhecido foi realizado por ‘sujeito de aparência africana’; OUTRO LADO: Procurado, empresário comenta que ação é sem sentido

Gabriel Vaquer

VEJA O comentário xenofóbico de vice-presidente da RedeTV! que revoltou público
Marcelo de Carvalho descreveu assaltante em Barcelona como “obviamente um sujeito de aparência africana” e enfureceu seguidores

Thiago Gelli

O GLOBO Famosos criticam fala de Marcelo de Carvalho: ‘Racismo é crime, assim como furto’, diz Giovanna Ewbank

Paulo Vieira e Felipe Neto também se manifestaram contra o apresentador e empresário

Redação

 

FOLHA Vice-presidente da RedeTV! é acusado de racismo por comentário sobre furto em Barcelona

Marcelo de Carvalho lamentou que o fato tenha ocorrido ‘obviamente por um sujeito de aparência africana’; OUTRO LADO: Procurado, não respondeu, mas pela rede social, chamou quem o critica de ‘gente chata’

Leonardo Volpato

 

REVISTA RAÇA Do assalto ao racismo, o caso do VP da Rede TV

Redação

PORTAL ESTADO DO ACRE Entidade afro processa dono da RedeTV! por racismo e pede R$ 6 milhões

Redação

TERRA PORTAL EMOFF Paulo Vieira se revolta e reage a fala racista de dono da RedeTV!

Humorista detonou Marcelo de Carvalho após o empresário associar assalto a “sujeito de aparência africana”

Redação

O Antagonista Dono da RedeTV! pode ter que pagar R$ 6 milhões de indenização

Marcelo de Carvalho foi criticado por fala sobre imigrantes africanos após relatar roubo sofrido por familiar durante viagem à Europa

Parceiro editorial de O Antagonista

METRÓPOLES RedeTV! tem dívida de mais de R$ 28 milhões e constrange funcionários

A RedeTV!, de Marcelo de Carvalho e Amilcare Dallevo Jr., deve mais de R$ 10 milhões só de FGTS a funcionários e causa transtornos

Fábia Oliveira

ISTOÉ GENTE Sócio da RedeTV! é acusado de racismo; veja por que expressão usada é discriminatória

Saiba quais termos devem ser extinguidos do vocabulário por terem conotação racista

Redação

BNEWS Dono da RedeTV! associa criminalidade na Europa a africanos e gera revolta na web; confira

Natane Ramos

O DIA Paulo Vieira detona Marcelo de Carvalho por comentário racista

O humorista criticou o fato de o empresário ter grande influência na mídia brasileira

Daniel Nascimento

ISTOÉ Marcelo de Carvalho é acusado de racismo: ‘Sujeito de aparência africana’

Vice-presidente da RedeTV! enfatizou a raça de um homem para justificar um roubo que ele teria cometido na Europa

 

NOTÍCIAS AO MINUTO ‘Racismo é crime, assim como furto’, dispara Giovanna Ewbank para Marcelo de Carvalho

O empresário, um dos donos da RedeTV!, publicou um textão após um parente seu ser assaltado em Barcelona e passou a ser duramente criticado nas redes

 

 

 

 

 

 

Referências Adicionais:

Bibliografia Sugerida para Aprofundamento:

  • ADICHIE, Chimamanda Ngozi. Americanah. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.
  • ALMEIDA, Silvio. Racismo Estrutural. São Paulo: Jandaíra, 2019.
  • CARNEIRO, Sueli. Racismo, Sexismo e Desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2011.
  • FANON, Frantz. Pele Negra, Máscaras Brancas. Salvador: EDUFBA, 2008.
  • MBEMBE, Achille. Crítica da Razão Negra. São Paulo: N-1 Edições, 2018.
  • NASCIMENTO, Abdias do. O Genocídio do Negro Brasileiro: Processo de um Racismo Mascarado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
  • RIBEIRO, Djamila. Pequeno Manual Antirracista. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
  • SENGHOR, Léopold Sédar. Cantos da Sombra. Luanda: Instituto Nacional do Livro e do Disco, 1980.

 

 

Redação (Este artigo é um consolidado sobre a repercussão na mídia e não reflete diretamente posições da instituição)